sábado, 31 de janeiro de 2015

Tudo que passa na cabeça de mãe.



Acordei as 5 pra dar de mamar pro Lorenzo; nessas viagens pela internet eu comecei a ter uma coisa muito forte no meu coração; o amor de uma mãe pelos seus filhos, as dores, os medos e tudo que acontece depois da maternidade.

Quando nos tornamos mães (pais, paes, avo/mãe e todas as suas "variações sobre amor e responsabilidade com filhos - de sangue ou alma) passamos a ter mais medo. Medo da vida, do mundo, das pessoas desconhecidas, da morte, da água, do pedaço da comida.

Quando nos tornamos mães passamos a nos entregar e doar de uma forma tão brutal que mexe com qualquer pessoa. Não estamos nos doando no físico.

A gente descansa quando da, mas digo doação de sentimentos.
Você passa a ter certeza que são pessoas ali única e exclusivamente dependente de você!

Vê que responsabilidade! Ao me tornar mãe de primeira viagem eu pisava em ovos e chorava de emoção a cada descoberta. Ao me tornar mãe de segunda viagem, eu educo com as descobertas de um e sorrio com as novas do outro.

Tem horas que os dois me deixam de cabelo em pé, uma pelas pirraças e os trejeitos de alguém que tá entendendo que isso aqui é um mundo e tá se descobrindo; e os choros por cólica ou crises incessantes de choros por algo que eu não faço ideia.

Muitas vezes choro por me sentir frustrada, outras acho que meu filho não gosta de mim pq chorou qnd me viu. Cabeça de mãe passa tudo!


É nessas andanças virtuais dessa manhã (acordada desde as 5) que eu pensei no quanto a gente briga ou se importa mais com o externo do que, algumas vezes, com o sentimento dos nossos filhos. Eu brigo tanto com a Maria Luiza pela bagunça dos brinquedos, o iogurte derramado, o xixi no chão, ou o coco no lugar errado, e lembro de novo que ela tá descobrindo o mundo e que eu posso te exigindo muito de uma criança que não tem nem 2 anos. Penso que vou me policiar mais pra não ter tanta rigidez pra certas coisas. Vou deixar ela dar uns pulos na cama, ela gosta tanto.

Vou deixar ela comer 2 maçãs inteiras (se bobear ela come 3, 4) antes do almoço, vou deixar fazer s bagunça depois a gente arruma juntas, é até mais gostoso. Vou deixar mais coisas, que pensando bem, são tão idiotas pra se levar tão a sério

O que te de mais o iogurte que derramou? O pano limpa.

O que tem de mais o carrinho de boneca fora do lugar? A mão não vai quebrar se eu colocar no lugar ou se eu ensiná-la a fazer isso.

Confesso que o xixi no chão me incomoda muito, mas é aprendizado, estamos na luta ainda, mas o pano tb limpa.

Tudo tem sua hora, não posso exigir e cobrar tanto de um ser tao pequeno.

E o Lorenzo? Bom, eu estou aprendendo a manter mais a calma nas crises de choro dele, a cantar, a conversar, a acalmar o coração dele, que tb nao ta entendendo porcaria nenhuma disso aqui.

Aprendendo a manter a calma quando ela enfia a chupeta na boca dele.

Não sei pq eu brigo com isso. Ela o ama tanto, da tanto carinho e amor que essa é a maior demonstracao de afeto, é o ato de cuidar na visão dela. E ta certa!


Eu agradeço muito a Deus pela vida e saúde deles, e peço sempre sabedoria, porque me vejo muitas vezes perdida. Cuidar e criar dois filhos sozinha vai alem de qualquer pensamento que família que ja tive um dia.

Hoje me sinto tao forte, e às vezes tao fraca!

Peço mesmo só a sabedoria pra criar os dois com amor, leveza e paz! Eles agradecem!

Deixar pular na cama, brincar com os brinquedos, fazer bagunça (depois a gente arruma juntas), segurar mais a mão, dar mais beijo, mais abraço.

Peço a Deus sabedoria e calma. Paciência é uma virtude. Iogurte a gente limpa!

Choro sem motivo a gente acalma. A Maria Luiza é exemplo vivo de que eu sou seu maior exemplo. De tudo que faço ela imita. E não quero uma criança resmungona, quero uma criança amável e carinhosa (e ela já é muito), eu ganho beijo e abraço por livre e espontânea vontade dela todos os dias de manhã e na hora de dormir.

O tempo passa tão rápido, a vida passa tão rápido que não posso perder meu presente com coisas idiotas. Menos brigas, menos discussões, menos raiva e mais calmaria.

O mundo pede isso. Meus filhos pedem isso.

Um carinho na cabeça vendo TV ou dando de mamar faz toda diferença.

Peço a Deus pra me ajudar a dar o meu melhor, porque a única certeza que tenho na vida Eh o hoje. E não vou desperdiçar com besteiras que não acrescentam em nada e só deixam minha bagagem mais pesada. Eu te dou amor, e você me dá aquilo que pode e de noite eu sei que vou dormir tranquila e em paz. Mesmo que só por 4 horas, rsrs.

Quando a gente entra nesse mundo de família e responsabilidade com pessoas total dependendo da gente, passa a ver que nossa missão na terra e fazer o bem. Paz, amor e caridade.

Hoje, a partir do choro do Lorenzo e depois dessas viagens virtuais, Deus falou no meu coração, que mesmo com lágrimas, eu ia vencer.

Obrigada Deus! Medo se faz presente, mas a fé me carrega! Não é o contrário do nome do blog.

O "mãe sem medo" veio como mãe sem medo de ser mãe,
O medo que tenho hoje é o medo da mãe sem eles.
Não vivo e não vejo mais minha vida longe deles.

E os meus "hoje" vou tentar ser sempre melhor do que os meus "ontem", com certeza de que hoje é a minha única certeza.

Hoje me bateu saudades, e mais um motivo pra falar do presente, pq eu daria td pra ter dado um último abraço.

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